sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A carnificina da TV bacabalense e o conceito de ética

Por Joab Ricardo
Quem resolver assistir uma parte da nossa programação da TV local, em especial em horário de almoço vai ter que engolir um prato muito indigesto. É incrível o tanto de imagens chocantes e deprimentes exibidas sem nenhum crivo por parte dos programas, em especial os de cunho policial. A desculpa é sempre aquela mesma, “precisamos mostrar a realidade dos fatos para que as autoridades tomem as providências e isso, aquilo outro, etc.” será preciso mesmo apelar tanto para o lado emotivo mostrando indiscriminadamente imagens tão fortes? Gente em estado de putrefação adianta, cadáveres despidos, pessoas agonizando praticamente na hora da morte, mas com um monte de repórteres em cima para que o mesmo preste esclarecimentos sobre o crime que o vitimou, pode uma coisa dessas? Em Bacabal sim, tudo pode em nome da “noticia.”
Os abusos da imprensa hoje constituem mais regras do que exceções, por isso tornaram-se tão comuns em nosso meio televisivo. Determinados profissionais da comunicação embasados em conceitos de “interesse público” julgam-se no direito de exibir a imagem do cidadão indiscriminadamente, o propósito desse simples artigo é discutir sobre o uso ético para fins noticiários, sob o prisma da dignidade humana. Em uns dos termos de direito de imagem que qualquer individuo possui fala sobre o direito a presunção de inocência, ou seja, as pessoas em regra, tem o direito de escolher de que maneira e em quais ocasiões devem aparecer em publico, as pessoas tem o direito de serem preservadas em face a curiosidade de terceiros, inclusive da imprensa, notadamente quando a exposição puder ensejar vexame ou constrangimento. Diante dessas leis e tantas outras de preservação de imagem eu pergunto: como ficam os familiares que tem seus parentes, seja inocente ou não exposto de maneira degradante, ás vezes esfacelados, enforcados ou vitimados por crimes horrendos? Com certeza muito constrangida, não é pelo fato que pessoas pobres precisam ser expostas de qualquer maneira, precisamos primar pela ética e acabar com a carnificina na nossa telinha.

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