segunda-feira, 3 de junho de 2013

Maranhão, retratos de uma gente sem rosto

Em minhas andanças por esse estado gigantesco e com graves problemas sociais, fruto de um modelo administrativo de quase meio século e que comprovadamente não funciona, encontrei gente nas mais curiosas situações. Como redator e produtor da MAPE, ao lado do meu amigo e exímio fotógrafo Maiones (o nome dele é assim mesmo!) resolvemos fotografar alguns tipos e arquétipos que encontramos por ai, assim como expressões curiosas de um novo português inventado por quem nunca teve acesso aos estudos, mas que precisa de alguma forma se comunicar com o mundo. Tendo em vista que a comunicação é globalizada, você pode ser VC, beijos pode ser BJSS, adicionar pode ser ADD, teclar pode ser TC e tantos outros recursos porque não mortadela não pode ser MORTANDELA? Salsicha não pode ser SAUXIXA? Toscana não pode ser TOCICANA? Panificadora não pode ser PONIFICADORA? É preciso se comunicar, mesmo que estude em escolas com referências aos Sarneys e more em ruas que também fazem alusões a essa nobre família, que tanto contribuiu com esses casos, ou causos? Que só encontramos por aqui, nesse nosso pedaço de Haiti, recanto do Sudão com resquícios de um Afeganistão.  Nas estradas personagens folclóricos caminham sem rumo, talvez em busca de algum Eldorado que com certeza não vai encontrar por aqui, pelo menos em forma de serviço público. Mas não custa nada tentar, pode ir de moto, esqueça as leis de transito e de segurança. Leve quantos você puder e não se preocupe com o capacete, pois no interior “tudo é possível”. O pau de arara também trafega ate em rodovias do estado, aqui é assim mesmo, o importante é chegar, mas para onde caminha essa gente? Que não ver o trabalho infantil em todos os cantos? Crianças vendendo de tudo, até animais silvestres... viva o Maranhão.
Por Joab Ricardo
Fotos: Maiones Sousa e Joab Ricardo

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